Maria Fernanda Awapara, das Nações Unidas no Perú, ressaltou o importante papel das universidades enquanto intermediários e promotores de diálogo com poder para influenciar a tomada de decisões com enfoque nas políticas públicas; o papel enquanto promotores de observatórios que permitam a monitorização da implementação dos ODS; o estabelecimento de alianças regionais e internacionais com enfoque não apenas no setorial, mas também no territorial no que diz respeito à implementação da RSU de forma transversal.
Magno Ortega, do Ministério de Educação Peruano, sublinhou a importância dos impactos, referindo que a RSU nas Instituições de Ensino Superior (IES) não se pode restringir apenas à implementação de ações, mas antes a ser um foco intencional que procura produzir resultados e impactos transformadores a nível interno e externo. Para tal, a Universidade tem que se questionar: quem sou enquanto Universidade? O que faço? Com quem decido trabalhar? Qual o impacto que provoco?
Miguel Oscar Ñique Cadillo (Universidad UPAO, Trujillo) refere a importância destas diretrizes para articular o local-regional-nacional de forma transversal e uniforme, construindo uma cultura que integra tudo, uma linguagem comum em que o impacto se deve a atividades que são sustentáveis no tempo.
Javier Díaz Lazo (Universidad Continental) associa RSU e qualidade como sendo duas áreas indissociáveis e referindo que as Diretrizes definidas permitem clarificar e criar marcos ou orientações para a melhoria contínua interna da RSU nas Universidades, mas também facilitam os processos de melhoria externa, com as agências acreditadoras.
David Solano (URSULA Perú) sublinha 5 assuntos mais relevantes das Diretrizes: a RSU implica toda a Organização; os impactos nos stakeholders e na sociedade; a Universidade está ao serviço do desenvolvimento sustentável; a inclusão dos ODS; e as ações a implementar. 5 ideias que partilhou de forma enfática foram:
- A RSU não é filantropia
- O envolvimento da Universidade é diferente do envolvimento de pessoas da Universidade
- A Universidade não causa impactos se não formar pessoas conscientes e responsáveis socialmente
- Não é objetivo da Universidade resolver os problemas do mundo. É objetivo da Universidade formar pessoas que podem resolver os problemas do mundo
- Os ODS oferecem o foco temático do que se pode desenvolver, mas isso não está a acontecer nos currículos formativos
Vilma Peña Vargas (URSULA Costa Rica) reforça o facto de que não são necessárias mais ações de RSU, mas antes unificar e consolidar as que existem em trono dos ODS, nomeadamente o ODS 18 referente à Empatia pela Vida, redefinindo a objetividade e invocando uma pedagogia da ternura e do cuidado (Ubuntu – eu sou porque tu és).
Para terminar, François Vallaeys colocou a questão provocadora: e agora? O que fazemos? O que é urgente ou prioritário? Resumidamente, as principais ideias foram:
- Necessidade de alinhamento, consistência e transversalidade das políticas nas Universidades
- Fortalecer as redes para uma aprendizagem contínua entre pares
- Motivar a medição e monitorização para dar visibilidade ao que se implementa
- Formar cidadãos conscientes pois são eles que vão tomar as decisões que terão impacto no desenvolvimento do país
- Operacionalização das Diretrizes porque nenhum país muda por decreto
- Compromisso social da Universidade e não de um grupo de pessoas da Universidade
- Realizar um piloto em 2 ou 3 Universidades para testar as Diretrizes e, se necessário, sugerir ajustes ao que não se consegue implementar
Um Webinar com muitas ideias e reflexões para rever em https://www.youtube.com/watch?v=REcTrocCA2s