O Doutor Henrique Prata Ribeiro, psiquiatra e membro de uma equipa de profissionais que estão a desenvolver um estudo no Hospital Júlio de Matos sobre saúde mental em tempos de coronavírus. O orador apresentou as principais conclusões preliminares, já que o estudo está ainda a decorrer, mas que revelou que os jovens são um dos grupos mais vulneráveis em termos das consequências do isolamento social provocado pelo Covid-19, indicando como possíveis causas a falta da vida social ativa que tinham e o regresso a casa dos pais.
Na continuação desta primeira intervenção, houve a oportunidade de ouvir duas oradoras sobre a visão dos gabinetes de apoio psicológico das IES: a Dra Graça Seco (Coordenadora do Serviço de Apoio ao Estudante - SAPE - Instituto Politécnico de Leiria) e, de seguida, a Dra Ana Melo (Psicóloga nos Serviços Médico-Universitários dos Serviços de Ação Social SASUC - Universidade de Coimbra) que apresentaram o tipo de necessidades sentidas pela comunidade académica e as ações desenvolvidas pelos gabinetes que coordenam.
A última intervenção foi da parte do Doutor José Caldas de Almeida (Professor Catedrático Jubilado de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa) sobre a saúde mental e os jovens, referindo que quando se começou a falar destes temas, se considerava que as crianças e os jovens não tinham problemas de saúde mental, logo não existiam programas de apoio para estes grupos da população. Relativamente ao Covid-19, a principal preocupação são os doentes com patologias mentais diagnosticados que podem ter um acréscimo de problemas e os casos associados com pobreza e desemprego, por exemplo, derivados diretamente da pandemia. Como conclusão, refere a importância de reforçar o que já existe em termos de intervenção de saúde pública mental e que, nas IES, a importância do diagnóstico precoce é fundamental, para além da referenciação dos casos mais complicados para os serviços primários.